Muitas pessoas – principalmente mulheres – entram em contato conosco, o tempo todo, pois desejam desesperadamente iniciar algum tipo de terapia de casal ou participarem de algum workshop sobre relacionamentos. No entanto, seus parceiros simplesmente não aceitam participar de nada disso!

Então discutiremos aqui, os três principais passos a serem percorridos e que poderão efetivamente contribuir para ajudar a convencer seu parceiro a participar de um processo terapêutico que seja destinado a casais.

Passo 1: Tenha cuidado com o ‘quando’ e ‘como’

Bem, se você continuar se comportando como normalmente o faz a maioria das pessoas que tentam convencer seus cônjuges a participarem de um qualquer processo terapêutico para casais, você fatalmente acabará se sentindo profundamente frustrada com seu parceiro – e com a qualidade do relacionamento amoroso que venha acontecendo entre vocês.

E com certeza chegará o momento em que você não mais saberá o que fazer! Então, provavelmente se verá muito brava e dirá: “nós estamos precisando de ajuda! E eu estou falando bem sério!“.

No entanto, fazer isso com toda essa raiva e com todo esse desconforto, só piorará as coisas!

Logo, será muito importante escolher a maneira pela qual você venha a trazer à tona todo esse seu justo desconforto ao propor sua solução pessoal de virem a se entregar a um processo terapêutico de casais.

Lembre-se:

Atuar a partir da raiva – mesmo que justificada – que você esteja sentindo de seu parceiro naquele exato momento, certamente não irá ajudá-la a facilitar que o seu parceiro se comprometa com o trabalho terapêutico que você sugere. Mais provavelmente, isso fará, apenas, com que ele se afaste e/ou se esquive um pouco mais de você do que você já vem percebendo ocorrer.

Então, aí vai um bom conselho:

Nem pense em lançar essa ideia de virem obter ajuda terapêutica externa, no calor de uma briga conjugal. E, mesmo assim, jamais o faça com raiva – mesmo quando você acreditar que é capaz de controlar seus impulsos raivosos. Em vez disso, encontre um momento onde vocês estejam bem!

Assim, escolha um qualquer de seus momentos mais amorosos e que não pareça ser ameaçador para ele, e fale sobre o quanto que você aprecia esses momentos gostosos em que vocês estão bem.

Você pode informar inda, que gostaria de ter mais situações como essas acontecendo no convívio amoroso de vocês.

Certifique-se que ele saiba o quanto você valoriza esse seu relacionamento amoroso e quão sinceramente deseja que isso se fortaleça e melhore cada vez mais.

E quando você for comunicar isso ao seu parceiro, também será importante escolher momentos em que você reconheça estar mais calma e receptiva.

Talvez você possa se fazer um pouco mais vulnerável, deixando que ele saiba mais sobre um possível medo que você talvez sinta por perceber que vocês dois talvez jamais sejam capazes de viver a maravilha que você aspira. Desta forma, as suas chances de realmente fazê-lo ouvir você, serão ainda maiores.

Permaneça plenamente atenta a você: É difícil fazer-se realmente vulnerável quando o seu relacionamento amoroso esteja muito tenso. Mesmo quando você se achar estar sendo vulnerável, ainda poderá estar frustrada e vir a aparentar alguma hostilidade.

Esteja bastante atenta antes de abrir sua boca!

Lembre-se: É verdade que você estará assumindo um grande risco pessoal ao decidir abrir seu coração para ele e talvez vir a perceber alguma rejeição às suas ideias, mas tudo valerá a pena fazer para eleger-se à chance de salvar este seu relacionamento amoroso.

Passo 2: Assuma a sua parte do problema

Você pode até mesmo ter a certeza de que os problemas de seu relacionamento são, todos eles, culpa apenas do seu parceiro, mas posso garantir que provavelmente não será tanto assim!

Sejamos sinceros: serão necessárias duas pessoas para dançarmos um tango! E você é metade integrante desse relacionamento!

Então, mesmo que você não acredite ter algo a ver com os problemas atuais de seu relacionamento, é prudente agir como se tivesse!

E, principalmente, estou lhe dizendo isso, para que seu parceiro não pense que você espera levá-lo à terapia para que ele se recupere ou se conserte e, você, continue sendo a mesma.

Quer você goste ou não, você será uma grande parte integrante de todo esse processo terapêutico do casal. Apenas pelo fato de estar sendo você, a parte que vem sugerindo a terapia de casal, já seria possível predizer que você, no mínimo, já demonstra uma tendência de optar por ser algo crítica em seu próprio mundo interno – e externo.

Talvez, quem sabe, o seu parceiro possa estar se sentindo ser constantemente criticado por você. Assim, a última coisa que ele escolheria fazer, seria se voluntariar a ir para a terapia com você, só para vir a ser novamente informado sobre seus erros e problemas por você e, agora também, pelo terapeuta do casal – mesmo que saibamos não é assim que funciona uma terapia.

O problema é que seu parceiro provavelmente está com medo de você.

Para seu parceiro, pode ser que esses desconhecidos – e às vezes mal falados – processos terapêuticos para casais sejam similares a entrar em um ringue de boxe, onde seria garantido vir a enfrentar uma situação que terminaria em algum nocaute.

Portanto, caso você consiga se mostrar suficientemente vulnerável para compartilhar com ele, os seus próprios medos, dúvidas e expectativas sobre o futuro de vocês dois, isso fará com que seja muito mais provável que ele passe a ouvir você.

Pois caso ele perceba que você não está desempenhando o papel de um lutador treinado e experiente, preparado para lutar duro contra ele, mas sim, que suas mãos também estejam trêmulas de medo por debaixo das luvas do boxe, ele poderá baixar a guarda e vir a ter menos medo de você.

No entanto, será muito mais provável que ele pense que todos os problemas acabarão recaindo sob as costas dele, caso você continue atuando os mesmos comportamentos problemáticos que você porventura ainda venha atuando no relacionamento de vocês.

E você também poderá deixar claro que não deseja ficar o tempo todo nutrindo sua raiva contra ele e que deseja compartilhar cada vez mais essa sua vivência pessoal mais vulnerável e genuína sobre si mesma, mas que precisará da ajuda dele para isso. Com menos orgulho, quem sabe você possa informar que deseja tratá-lo melhor e passar a reconhecer as maneiras ruins pelas quais você vem agindo.

Passo 3: Educando e Oferecendo Apreciação

Depois de você permitir que seu parceiro já saiba quais são os seus melhores e mais verdadeiros motivos, e que ele também saiba que você está interessada em passar pelo processo terapêutico para casais por valorizá-lo, assim como o relacionamento já existente entre vocês dois, será hora de educar seu parceiro um pouco mais sobre o que ele pode esperar desse processo.

E não se preocupe se você também não souber lá muito bem o que esperar! Talvez tenha sido por esse exato motivo que você esteja lendo esse texto!

Vamos falar agora, portanto, sobre a base daquilo que você deverá saber e, também, comunicar ao seu parceiro:

  • Informe ao seu parceiro que o profissional escolhido não vai tomar partido. Em geral, os bons terapeutas de casais não escolhem lados nas ocasionais brigas dos casais.
  • Informe ao seu parceiro que você quer submeter-se à terapia de casais para aprender novas maneiras de tratá-lo melhor.
  • Garanta que ele saiba que você não está propondo esta reunião com terceiros, na intenção de autorizar-se ao divórcio.
  • Deixe claro que um processo terapêutico para casais não é suposto levar uma eternidade. Dependendo da situação e do tipo de terapeuta que vocês escolherem, pode ser que cheguem a bons resultados em apenas poucos meses.
  • E, finalmente, certifique-se que ele saiba de que “ser louco” não é um requisito imprescindível para que se decida fazer uma terapia. As pessoas que decidem submeter-se à terapias são pessoas que proativa e fortemente desejam construir uma nova e melhor realidade para si mesmas – e os casais que se entregam à terapia de casais estarão simplesmente recebendo uma pequena ajuda para criarem para si, relacionamentos, cada vez, melhores.

E também informe seu parceiro sobre os resultados que ele poderá esperar por decidir submeter-se à terapia de casais juntamente a você. Aqui vão apenas alguns deles:

  • Melhorar a qualidade e a eficácia da comunicação existente entre vocês
  • Adquirir percepção de estar sendo mais bem compreendido
  • Ter melhorias na qualidade do sono
  • Ter maior disponibilidade para poder sustentar estados de bom-humor
  • Proporcionar um sexo melhor e mais frequente
  • Adquirir mais autoconfiança e diminuir os níveis de estresse
  • Eleger-se a um melhor desempenho no trabalho
  • Capacitar-se para cultivar melhor saúde física
  • Poderem vir a se sentir estar mais conectados novamente

Por fim, informe a ele o quanto que você já o aprecia e certifique-se de que ele saiba o quanto você o apreciará no caso dele aceitar correr o risco de aceitar esta sua proposta. Como exemplo, pergunte diretamente o que ele gostaria que você fizesse para melhor expressar sua gratidão, por exemplo:

  • Aceitar assistir com ele, aquele filme que você considera ser “abominável”
  • Preparar o jantar por uma semana inteira, sem precisar da ajuda dele

Ou qualquer outra coisa que faça sentido específico para vocês dois.


Notas da Tradução:

Título do texto original:

3 Steps to Convince Your Partner to Join You in Couples Therapy

Autoria:

Jenev Caddell

Tradução livre, adaptações e interferências elaboradas e aplicadas ao texto original por Nelson Simas Costa, [email protected], CRT: 45154; Terapeuta Reichiano e Helper pelo Pathwork® São Paulo, SP

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